quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

quando a hora chegar, adeus.

enquanto eu almoçava, minha avó ficou meio que me encarando de um jeito estranho, percebi na hora mas deixei de lado. o dia foi passando como em um segundo e quando menos esperei já tinha meio que anoitecido aqui. fui me organizar pra ir correr e assim que estava saindo de casa minha mãe chegou, eu à esperei e ela foi junto. não demos uma palavra se quer no caminho, era impressão minha ou estava todo mundo esquisito hoje? não, não era impressão. eu quase perguntei a ela o que estava acontecendo mas fui me distraindo no caminho e deixei passar.

ela estava um pouco na frente e minha cabeça longe, como se eu entrasse em outra dimensão, uma bem distante daqui, onde nada se desloca normalmente, como se pudéssemos ver tudo em slow motion, era incrível. até os sons eu sentia bem distante, vindo lentamente.

quando eu estava jantando percebi a hesitação na minha mãe, dai perguntei: qual foi? ela me disse que vinha prestando atenção em mim e tinha ficado pensativa a respeito de algumas coisas, porque sempre que a gente discute meu principal argumento é: 'um dia eu vou embora daqui, e que seja logo'. disse que ficava triste ao me ouvir dizer isso e que sente que eu não me importo com ninguém verdadeiramente, e que se me importo, demonstro muito pouco ou não demonstro, que eu esqueço de tudo, deixando coisas totalmente de lado; mas o que eu posso fazer se meu jeito é assim? meio descuidado, totalmente independente, reivindicando sempre a liberdade. não quero parecer um ser humano seco, mas às vezes eu faço de propósito, pra quando no dia em que eu for embora daqui, não senta muita falta, tendo apenas alguns motivos para saudade. ruim pra mim, para meus familiares, mas é assim e pronto, os passarinhos aprendem a voar. e que fique claro uma coisa, eu amo minha família, sem sombras de dúvida.

conversamos e ficou tudo bem, mas antes dela ir pra o quarto, se virou e disse: 'temos medo de que você queira ir muito cedo, mas não iremos falar nada'. eu fiquei chocada, estou até agora, eu me senti bem distante, não em outra dimensão, mas distante da minha casa, como se aqui eu fosse apenas alguém de passagem, um parente que vem de longe pra passar alguns dias. fiquei triste. sozinha. talvez o caminho seja esse mesmo, ninguém fica por ninguém e logo, os feriados acabam, os dias se vão e o parente retorna pra vida que leva, n'outro lugar.

Um comentário:

Waldemir Rocha disse...

poxa que barra hein???
acho que ainda é cedo de vc ir embora de casa e plá
agora já eu estou decidido a ir por:
1° ja to nos meus 23 anos
2° minha mãe esfrega na cara tudode casa: roupa, comida e etc.
3° quero liberdade

bom essa é minha opinião né, mas relaxe, dias melhores vião

bjos ;*********